Quem você alimenta?

Hoje li uma história contada pela organizadora Carmen Coker, que é mais ou menos assim:

Um velho da tribo ameríndia Cherokee estava ensinando seus netos sobre a vida e ele disse:
"Há uma batalha sendo travada dentro de mim... é uma luta terrível entre dois lobos:
Um lobo representa o medo, a raiva, a inveja, a tristeza, o arrependimento, a cobiça, a arrogância, a auto-piedade, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, a mentira, o falso orgulho, a superioridade e o ego.
O outro lobo defende a alegria, paz, amor, esperança, partilha, serenidade, humildade, bondade, benevolência, amizade, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé." 
O velho encara as crianças com um olhar firme e continua: "Esta mesma batalha está sendo travada dentro de vocês e dentro de todas as pessoas."
As crianças pensaram no assunto por um minuto e então uma delas perguntou ao avô: "E qual lobo vai vencer?"
O velho Cherokee respondeu: "aquele que você alimentar".

Por que estou contanto esta história? Porque ela veio de encontro ao meu anseio de postar no blog hoje e das razões para isso.

A vida não é fácil, nem pra mim nem pra ninguém, as pessoas sempre tem do que reclamar, se quiserem. Me mudei com minha família há 9 meses para uma cidade a 1000 km de minha cidade natal. Deixamos nossas famílias e amigos que amamos, damos duro o dia todo e à noite a energia que sobra muitas vezes é consumida pelas crianças, ávidas por atenção. Isso é ruim? Claro que não! Significa que eu tenho família, trabalho, casa e um lugar longe pra fugir nas férias e que também pode ser chamado de lar.

Outro dia assisti um episódio de House em que o paciente tinha transtorno bipolar. Eu não conhecia bem a doença, achei graça e disse aos meus amigos que eu era bipolar. Sem querer desrespeitar os que sofrem deste ou de outro transtorno, eu só queria dizer que, muitas vezes, eu me empolgo com facilidade, faço planos mirabolantes e depois não tenho ânimo para continuar. O velho bom senso, mesmo que oculto em meu cansaço, me diz que eu devo ir mais devagar. São estes conflitos que me fizeram achar a história do índio familiar e apropriada para este post.

Não, eu não vou ser artesã profissional. Eu não vou ter uma loja de artesanato virtual. Eu não vou ganhar dinheiro com o que me dá prazer. Por que não? Eu tenho a profissão que escolhi, amo amo amo o que faço (sou analista de sistemas), tenho uma família linda pra cuidar e eu vou fazer artesanato quando eu quiser. Infelizmente também não vou salvar o planeta sozinha, guardando e reciclando as embalagens de tudo o que consumo. Procuro alternativas: a princípio, buscar postos de coleta seletiva. A médio prazo... bom, a médio prazo a gente conversa depois.

Eu escolho alimentar a alegria, a paz de espírito, o amor aos meus, eu escolho alimentar a serenidade.

Isso vai durar pra sempre? É claro que não. A inconstância é uma de minhas características mas vou tentar me lembrar desta história sempre que me sentir exausta emocionalmente.


E quem você vai alimentar?


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