Era uma vez um alfineteiro

Parte 1 - O começo

O ano era 1999. Eu estava no sétimo mês de gravidez da Lu, havia voltado ao Brasil havia poucas semanas e estava na casa de meus pais enquanto meu marido voltaria próximo do nascimento dela.

Eu tinha definido as lembrancinhas de nascimento dela: pequeno sachês com delicados bordados em ponto cruz. Enquanto bordava, seguindo os riscos de uma revista Faça Fácil, resolvi também fazer um alfineteiro. Eu nunca tivera um e segui também as instruções da mesma revista. Fácil, não requeria grandes habilidades, só um pouco de jeito com as agulhas.



 Parte 2 - Antes do começo

O ano era... poxa, faz muito tempo mesmo. Eu tinha uns 12 ou treze anos - idade da minha Lu hoje - e havia comprado uma caixinha de madeira e, veja, naquela época não era uma coisa tão fácil de se achar como é nos dias de hoje. Eu inventei uma pinturinha externa tentando imitar mogno e, por dentro, pintei como tinta plástica para artesanato fosca, o que era novidade :)



Parte 3 - Nos dias de hoje

O agulheiro alfineteiro ficava na gaveta maior do meu gaveteirinho* junto com linhas, tesoura, botões e outras coisas de costura. A caixinha estava meio esquecida num cantinho, guardava pequenas chaves de cadeados, aqueles que usamos para fechar maletas. Até que eu comprei uma máquina de costura há dois anos atrás. E no último ano peguei mais a fundo para tentar executar um projeto que está hoje em vias de conclusão (suspense, devo terminá-lo em duas semanas). Acontece que, aqui em casa, tem também um menininho muito do sapeca que adora me "ajudar" sempre que eu vou costurar. Ele quer pisar no pedal e também tirar os alfinetes. Só agora nos últimos dias, que peguei mais prática e a máquina de costura deixou de ser uma novidade tão grande assim, é que ele me deixou mais tranquila pra continuar meu trabalho. E, juntando o sossego com um pouquinho de prática, as coisas estão fluindo.

Mas o que eu queria contar é que, por causa deste meu ajudante, achei perigoso deixar os alfineteiro solto pela mesa, enquanto costurava, todo aquele colorido das linhas, acrescido de mais cores dos alfinetes e o fascínio dele por bolinhas... melhor tirar isso da vista.

Então eu guardei o alfineteiro dentro da caixinha e, no espaço que sobrou, guardo também outros acessórios. Olhando assim, parece que eles nasceram um para o outro.



FIM

(E a história de hoje entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser, que conte outra**)

* Tenho um gaveteiro que é muito especial pra mim, pela sua beleza e pela sua história. Outra hora eu mostro.

** Lucas às vezes termina esta frase à noite, após eu ler para ele mas, na maioria das vezes, ele fica bravo porque eu digo isso. Ele diz "não fala assim, todo dia você fala isso, é feio!". Vai entender :)


Muito muito obrigada pela visita, que a alegria esteja com todos vocês.

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