Tempo de fazer pão

Parte 1 - Isolamento social

Domingo, 05/04, quarentena dia 20.

Por aqui estamos desde meados de março isolados em casa: quatro humanos, uma cachorra e dois gatos. Antes de iniciarmos o isolamento social, viajamos de carro para o interior de São Paulo, para comemorarmos o casamento da minha sobrinha. A semana que antecedeu a viagem foi muito tensa pra mim pois eu estava gripada e os rumores do COVID-19 começavam a aumentar dos grandes centros. Eu havia ido ao médico que me prescreveu antigripal e apenas um dia licença médica. Meus pensamentos eram muitos: E se eu estiver com o vírus? Ando de metrô, como saber quem está contaminado? Vamos viajar, e se levarmos o vírus para nossas famílias?

Fizemos a viagem, foi tudo tranquilo, a festa do casamento foi linda e eu mostrei a decoração criada por minha cunhada neste post no Istagram.

Já na sexta-feira, antes de viajarmos, meu chefe me disse para trabalhar em casa, em esquema de home office. Assim que voltamos da viagem, a orientação foi continuar trabalhando em casa e, desde então tenho feito isso. Logo na semana seguinte todos do trabalho estavam fazendo a mesma coisa. Sou analista de sistemas que é uma atividade fácil de se adaptar ao home office. Há tempos eu queria ter a experiência de teletrabalho e acabei fazendo isso pela maneira mais improvável: uma pandemia que nos obrigou ao isolamento social. 

Pessoalmente não acho ruim. Adoro ficar em casa e tenho a oportunidade de continuar sendo produtiva, estou cercada pela minha família, temos uma casa confortável e não nos falta o essencial. Agradeço a Deus por estarmos seguros neste momento quando há tantos que dependem de sair à rua para ganhar o pão.

Desde que voltamos, eu coloquei os pés para fora de casa somente na semana passada. Meu marido tem feito as compras, em idas mais espaçadas e em horários de menos movimento. Minha filha também saiu para ir à casa do namorado, tomando todos os cuidados possíveis. 

Na lista de compras, sempre penso no básico, o que não pode faltar, mesmo que a próxima ida ao supermercado demore mais do que o planejado. Dentre os itens, sempre marco 3 kilos de farinha de trigo.

Parte 2 - Vamos fazer pão

Hoje estou preparando a segunda fornada de pão da quarentena. Fiz uma receita no domingo passado e foi o suficiente para a semana. Quando a vida era mais tranquila, eu assava os pães e gostava mesmo era de comer no dia, ainda morninho. Depois guardava um para comer em casa e levava para os colegas no trabalho. Com a pandemia, para evitar idas à padaria e os ensossos e nada saudáveis pães industrializados, tenho feito pães semanalmente. Guardo em sacos de papel e dentro de sacolas plásticas, uma pequena parte em temperatura ambiente e os demais na geladeira.



Quero experimentar várias receitas mas por enquanto estou fazendo o Pão de Cristo, com fermento de garrafa, uma receita fácil e saborosa.

O que me deixou muito feliz nos últimos dias foi ver os amigos e muita gente nas redes sociais também fazendo pão e os mestres da panificação compartilhando seu conhecimento. É uma espécie de volta às origens, fazer o próprio alimento. É tão gratificante!

Quero compartilhar alguns links para inspirar você a também entrar nessa onda de panificação artesanal.

Aqui no blog, publiquei a receita do Pão de Cristo, desde a criação do fermento até o feitio do pão:

Minha amiga Ana fez seu primeiro pão seguindo esta receita no Facebook e ficou encantada com o resultado. Os pães ficaram lindos e encheram meu coração de alegria vê-la fazendo o pão e compartilhando com a família.

Os links abaixo são de entusiastas da panificação e todos eles trabalham com fermento natural levain, ou massa madre, sourdough.

Neide RigoInstagram, blog Come-se.

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Pão da CasaInstagram, Youtube.

Pão na Panela (Guilherme Leme)Instagram, site.

Luiz Américo Camargo: Instagram, Facebook, Spotify.

Talvez você queira começar a fazer pão de uma forma mais fácil, então eu recomendo o fermento de garrafa, o Pão de Cristo, que redescobri em 2017 e compartilhei a receita aqui no blog. E ainda, se quiser fazer um pão para hoje, faz um pão com fermento biológico industrializado mesmo. No site do Pão na Panela, tem muitas receitas assim.

O Luiz Américo Camargo é o meu mestre de panificação. Autor do livro Pão Nosso, foi a receita dele de levain que deu certo pra mim. Criei meu levain há 3 anos seguindo a receita do livro. Recentemente ele criou um podcast no Spotify para falar de pão, é muito interessante!

Como eu disse antes, quero experimentar algumas receitas, algumas com fermento natural e outras com fermento biológico industrializado. Depois que eu experimentar, compartilho com vocês, aqui ou na página do Luka Luluka no Facebook: Luka Luluka - Vida Criativa.
"Faça pão! Pois dá tempo, você vai se divertir e vai comer muito bem.
Um pão caseiro será sempre melhor do que um pão industrial."
- Luiz Américo Camargo
A ideia original deste post era incentivar a panificação mas boa parte dele virou uma espécie de diário de bordo da quarentena por isso dividi a postagem em duas partes.

Abraços, se cuidem, se possível fiquem em casa e façam pão!

Sandra

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