Diário dos cacos de porcelana: enquanto o material não chega

Previously on Luka Luluka: Diário de uma nova experiência: jóias com cacos de porcelana.

Como costuma acontecer quando estou aprendendo algo novo, fiquei muito empolgada e comprei material de acabamento que será suficiente para dezenas de pingentes de porcelana., certamente muito mais do que a material base que terei - os cacos de porcelana - ou que vou conseguir fazer.

Pareço boazinha mas passeio pela cozinha com os olhos apertados olhando para xícaras e pratos candidatos a virarem pingentes.

Falando sério, eu não tenho coragem de quebrar uma peça sem avarias para usar os cacos, além de ir contra meu estilo de reaproveitamento de materiais. Além da caneca que mostrei no post anterior, tenho em vista um pote de sobremesa lindo que também está trincado.

Nos últimos dois dias, dentro das minhas possibilidades, limpei e organizei o atelier. Como meu processo criativo é inconstante e muitas vezes eu uso a mesa da sala por ser maior, minha escrivaninha e prateleiras do atelier ficam abandonadas por longos períodos de tempo. Então fazer o soji - faxina em japonês - é um trabalho para o corpo e a mente e é muito gratificante ver tudo arrumado, reorganizado e limpo.

Foi nessa arrumação que eu tive um insight:

Pra falar deste disco eu preciso voltar um pouco no tempo e contar outra história, mas você, caro leitor que acompanha o blog, já está familiarizado com meu jeito de escrever e contar histórias.

No ano passado eu comprei por uma pechincha um lote de "discos de vinil para artesanato", o que significa que os discos estavam riscados e vinham sem capas. Eu tenho consciência de que compro coisas por compulsão e estes discos foi uma dessas compras. Nunca havia feito artesanato com discos de vinil, a maioria das ideias que vi são bem cafonas, desculpa, mas ainda assim eu comprei. Pensei em fazer algo novo, usar para compor telas em mixed media, o que não aconteceu até agora.

Quando os discos chegaram, me chamou a atenção que alguns deles eram diferentes dos discos de vinil tradicionais: eram um pouco menores, mais grossos e pareciam ser feitos de outro material, me lembrou louça. A primeira coisa que faço quando compro alguma coisa usada é lavar ou limpar. Levei os discos para a pia da varanda e lavei-os com esponja e detergente. Mas acabei deixando um desses discos diferentes cair e ele quebrou em vários pedaços. 

De novo, guardei os cacos por um tempo porque eu poderia criar alguma coisa...

No soji anterior eu desisti da ideia e joguei os cacos na lixeira do atelier. E eles ficaram lá até ontem, quando fui esvaziar a lixeira e então tive meu momento eureka: quero aprender a fazer pingentes com cacos de louça e porcelana e eu tinha na minha frente cacos de um material que se parecia com louça. Como dizem alguns colegas de trabalho: pronto! 

No próximo post vou mostrar o resultado dessa experiência.

Também vou trazer mais informações sobre o tipo de material dos discos. Até agora li que os antigos discos de 78 rpm eram feitos de goma laca, mas preciso confirmar está informação e também se os meus discos são de 78 rpm.

Até breve 

San

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