Retrospectiva 2022

Que isso, Sandra, nem acabou agosto ainda, quanto mais o ano, tá maluca?

Ando tão cansada que parece que o ano vai acabar mas o mês não rsrs.

É que estou organizando minhas fotos e relembrando momentos e isso trouxe uma clareza de pensamento que há tempos eu não tinha e uma leveza que eu muito precisava.

Dias atrás, mais precisamente no dia dos pais, comentei com minha filha da importância de registrar os momentos, fotografá-los. Porque depois de um tempo a gente esquece os detalhes e as fotos tem esse poder de reviver os momentos. Mesmo sem olhar as fotos, só a existência delas já cria uma marcação na memória. 

Começamos a falar sobre isso porque Luana estava na mesa de jantar após comermos e ela juntou duas cadeiras e se deitou. Eu falei pra ela que quando ela era pequena, na véspera de um aniversário dela, ela dormiu assim, em duas cadeiras, enquanto esperava os últimos preparativos. Ela prontamente respondeu que se lembrava, que tinha uma foto dessa cena!

Até no mudarmos para Brasília, em 2009, eu matinha todas as fotos digitais em perfeita ordem, separadas por ano e por eventos. Temos fotos digitais desde 2004 e, é verdade, o volume de fotos era bem menor, porque vinham das câmeras digitais e dos primeiros celulares com câmeras. Os primeiros smartphones chegaram em 2010. De lá pra cá, foi só ladeira abaixo em termos de organização de fotos e vídeos.

Pesquisei no blog e o primeiro post falando sobre o Instagram é de 2012, este aqui. Não me lembrava que fazia tanto tempo e nem que o Instagram antes era só para iPhone. Isso remete a outra forma de registro eficiente: o blog. Hoje quase ninguém mais escreve ou lê os blogs mas eu faço parte da resistência e uso como forma de exercitar a escrita e manter um registro online de minha vida criativa. Estou falando do Instagram porque foi quando aumentei consideravelmente o número de registros fotográficos.

E como o Instagram naquela época era muito mais bonito, simples e infinitamente menos poluído que hoje!

Falando em escrita, acho que estava com carência de escrever porque estou no oitavo ou nono parágrafo e ainda não cheguei no objetivo original deste post, a retrospectiva prévia.

Pulando os detalhes do caos de dezenas de milhares de fotos displicentemente arquivadas em pastas com a data de seus downloads, cheguei no ano de 2020 e o tempo de sobra em casa por consequência da pandemia e os registros dos bichos e das muitas experiências criativas com encadernação, arte e culinárias.

Quem acompanha o blog (alguém?) está cansado de ler sobre o cansaço que tomou conta de mim desde o ano passado e os insights e as decisões de desentranhar, parar com o Bazar Cultural e Colecionismo onde vendia livros e brinquedos, então não vou me estender sobre este assunto.

Mas ontem comecei a organizar as últimas fotos, as que estavam no meu celular e foquei no ano atual, 2022. 

Tenho me sentido bem mal, cansada, desmotivada, muitas vezes frustrada e com raiva. A autoestima lá embaixo. Sem vontade de criar nada, perdi aquela empolgação de fazer e compartilhar coisas. Se não me engano foi nesta época no ano passado que me afastei das redes por um tempo então deve ser mal de agosto rsrs.

Mas ohar as fotos desde o começo do ano  me fez ver por quanta coisa passei: o stress de duas cirurgias, as inúmeras idas aos oftalmos e seus exames e a percepção de que não houve grande ganho e talvez eu não devesse ter passado por tudo isso. A preocupação com a família e com o futuro, o cansado físico do deslocamento ao trabalho e o cansado mental do trabalho em si. Só via a vida por essa perspectiva e um peso invisível caiu em meus ombros e dá pra ver isso em meu semblante cansado nas fotos.

Também uma voz dentro de mim falou: ei, garota, pega leve com você. Olha quanta coisa você viveu e por quanta coisa passou!

Relembrei momentos de leveza e alegria e os incontáveis registros dos bichos me fez lembrar que - somos loucos - e que somos felizes. Que eu não preciso carregar tanto fardo, que falar faz bem e que é preciso viver um dia de cada vez.

E que eu preciso cuidar mais de mim, física, mental e emocionalmente.

Para fechar este ciclo de análise, fui surpreendida com uma notícia que almejava há tempos e que, sabendo "lidar", vai me trazer muita qualidade de vida.

Obrigada se você chegou até aqui.

Como costumava fechar os posts há anos: que a alegria esteja com todos vocês <3

San

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