Café com Falsiane

Não sei se começo esta postagem falando de quão cansativos foram estes 6 últimos meses, que não venho dormindo bem ultimamente e muitas vezes passo as madrugadas no celular, olhando inutilidades e garimpando bonecas Moranguinho para minha coleção... ou se já começo contando a história da Falsiane.

Hoje é sábado, 4 e pouco da manhã. Já que acordei, resolvi fazer algo mais útil que ficar na cama no celular. Levantei, coloquei na máquina de pão a mistura para pão sem glúten que comentei no Instagram outro dia, esta daqui. A ideia é interessante mas achei o resultado sem sabor então, na última vez que fiz (comprei 5 pacotes, é baratinho), acrescentei um pouco de açúcar mascavo e cacau em pó. Hoje coloquei um pouco mais de sal, azeite e orégano. Daqui a 3 horas teremos pão para o café da manhã.

Quem me conhece sabe (ah não, Sandra, você usou mesmo esta frase clichê) que eu coleciono bonecas Moranguinho desde 2017, tento intensificado minha coleção quando a Planeta deAgostini lançou a coleção Dolls Classic Collection, acho que em 2020. Quando vi a divulgação (espero que esteja disponível quando você clicar) eu fiquei tipo: o que?? Shut up and take my money! Enquanto colecionava, mergulhei no mundo das Strawberry Shortcake - nome original das queridinhas - e suas várias fases e fabricantes e iniciei uma jornada de garimpar bonecas dos vários fabricantes e tamanhos em sites de usados. Sempre conto a história delas mas vou fazer um post único com a história da boneca Moranguinho, desde a concepção da personagem, lá nos anos 1970 até os dias de hoje.

Ainda procuro por elas. Meu sonho é ter a primeira da Estrela, completa. Os colecionadores mais tradicionais procuram por bonecas NRFB (never removed from box/nunca removidas da caixa) mas eu não sou assim. Gosto de higienizar a boneca e suas roupas e deixar ela livre. Vocês não assistiram Toy Story não? Além desta, sempre olho os anúncios procurando por lotes interessantes e acessíveis. Gosto mesmo é de comprar Moranguinhos feinhas, sem cabelo, aí eu cuido delas, faço peruquinha e escolho uma roupinha e sapatinhos e ela fica linda e cheia de personalidade.

Foi num desses garimpos que encontrei o anúncio da "Blythe Moranguinho". Aquilo me pegou. Ela era tão linda e delicada e a roupa dela tinha estampas de morangos! E os cabelos vermelhos, iguais aos da Moranguinho! Usei a famosa desculpa de que "eu  trabalho tanto, eu mereço" e a comprei.

Conheci as Blythes há quase uma década, numa publicação da revista Make, acho que mostrava a coleção da Cristina Bottallo, do Cores da Cris. Aliás ela é referência em bonecas Blythe no Brasil e também tem uma coleção incrível de Moranguinhos. À primeira vista, achei elas estranhas, aquele ar blasé, os olhos esbugalhados. Como sempre vejo publicações com as bonecas, fui me familiarizando com elas e as roupas delas (outfit, como os colecionadores gostam de falar) são um absurdo de lindas.

Tive a curiosidade de pesquisar o preço delas e pensei: ainda bem que não acho tão bonitas, não tenho dinheiro pra isso. 

O fato é que existem muitas, muitas falsificações delas. E minha boneca é uma delas.

No dia em que ela chegou

Logo na manhã seguinte, enquanto admirava a beleza dela

Como colecionadora, gosto de catalogar minhas bonecas. Fiz uma busca por imagem dela e cheguei num anúncio que dizia que era uma Icy, uma espécie de prima da Blythe, tipo Barbie e Susie, sabe? E até as Icy têm cópias. Mesmo não entendendo nada de Blythes, achei que os traços da Icy são bem diferentes das Blythes, então acho que não é. A boneca não tem - ou não achei - nenhuma indicação do fabricante então, por ora, me contento em dizer que tenho uma Middie Blythe genérica. Middie indica o tamanho dela, ela tem 21 cm. As Neo Blythes têm 30cm. Tem também as Petite Blythe de apenas 11cm, olha que belezinhas:

As Blythes foram originalmente lançadas em 1972 pela Kenner, mesmo fabricante das primeiras Moranguinho. Como brinquedo, não fez sucesso com as crianças porque eram um pouquinho assustadoras*. No final dos anos 90 a jornalista Gina Garan conheceu uma dessas Blythes da Kenner, fez muitas fotos com elas e publicou o livro This is Blythe. O sucesso foi tanto que a Hasbro - que comprou a Kenner - concedeu à empresa japonesa Takara Tomy o direito de voltar a produzi-las. (Achei familiar quando ouvi Takara Tomy, depois me lembrei que é porque meu filho Lucas, quando criança, era aficionado por Beyblades e ficava falando as coisas que aprendia sobre eles). De lá pra cá, é só sucesso. Mensalmente é lançada uma boneca nova, seu valor é, por baixo, na casa dos R$ 2000,00. Várias versões delas foram produzidas ao longo dos anos, com sutis, ou não, diferenças nos traços, que só quem é colecionador mesmo sabe distinguir. Falando por mim, me contento em achar óbvio hoje a diferença entre uma Moranguinho da japonesa Bandai e da Estrela dos anos 2000, coisa que tinha dificuldade de distinguir quando comecei a colecionar.

*Sobre bonecas assustadoras, tenho algumas histórias pra contar.


Aproveitem o dia!

San

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