História de dar medo?

Quando eu era criança, devia ter uns 6 anos, ganhei de uma tia da minha mãe uma boneca de porcelana. Essa tia, casada com o irmão de minha avó materna, vinha de uma família abastada e lembro que eles frequentemente traziam presentes quando vinham nos visitar. Objetos de família, coisas para eu brincar. Foi através deste tio que conheci o Ovomaltine, quando foi lançado. Esta boneca era um destes objetos que passam de geração em geração e ela era grande, devia ter uns 50cm.

Lembro de minha mãe ter dito que ela precisava de alguns reparos, trocar os elásticos internos que uniam os membros. Acho que minha mãe fez pra ela um vestido novo também.


Não tenho foto dela, esta acima, para ilustrar, foi tirada do Pixabay.

Contando agora esta história, me lembrei de ter outra boneca grande, esta de plástico, o nome dela era Cristina. Já a boneca de porcelana, até onde me recordo, não tinha nome e, por ela ser frágil, eu não brincava com ela. Lembro dela sempre guardada dentro do guarda-roupas da minha mãe.

Pois bem. Como hoje coleciono bonecas Moranguinho, me interesso bastante por este universo de bonecas. Minha mãe, recentemente, passou algumas semanas conosco e, nos dias que antecederam sua viagem, lembrei-me da boneca e pensei em pedir para ela traze-la para mim. Não queria mantê-la comigo, não faz o meu estilo, mas queria vê-la, tentar descobrir a procedência, restaurá-la dentro das minhas possibilidades e, depois, vendê-la. Acontece que meu marido tem um certo receio de bonecas, essas antigas, de olhos de vidro. Vocês se lembram de uma cena de Meu Malvado Favorito, quando Gru estava se acostumando com a bagunça da vida com as meninas e, numa cena, se assustou com uma boneca só de busto, dessas  de fazer penteados e maquiagem? Hahahaha foi especialmente engraçado para nós, porque Luana tinha uma Barbie Styling, parecida com esta abaixo, e meu marido tinha pavor dela.


Por consideração ao meu marido, não pedi para minha mãe trazer a boneca. Passados alguns dias, me lembrei dela e perguntei à minha mãe:

Eu: Mãe, lembra daquela boneca de porcelana que a tia me deu quando eu era criança? A senhora tem ela ainda?

Minha mãe: Ah, aquela boneca? Eu queimei ela.

Foi a coisa mais surpreendente de ouvir, vindo da minha mãe. Longe de ser acumuladora, ela sempre doa tudo o que não tem mais utilidade para ela.

Quando eu perguntei a ela porque ela tinha feito isso, ela explicou que a vida era muito corrida quando eu e meus três irmãos éramos pequenos,  que ela não tinha tempo de doar as coisas e a queimou numa fogueira no quintal, onde queimava papéis, hábito comum naquela época.

Não tem nada de paranormal na história, na verdade a explicação dela me fez dar gargalhadas mas também me deixou muito surpresa, por não ser algo normal que ela faria.

Não vou entrar no campo das suposições mas ela não soube dizer se não sobraram restos da boneca, já que ela era feita de material não combustível. 

Brinquei dizendo que, no futuro, quando alguém for fazer uma escavação no quintal, vai encontrá-la soterrada.


Recentemente conheci duas bonecas com histórias bem interessantes e vou deixar programado para as próximas semanas dois posts sobre o assunto.



San

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