Totoro

 Este é um post sobre luto. Aviso porque pode não ser apropriado para algumas pessoas.


No final da noite do último domingo perdemos nosso amado gato Totoro.



Os dias vão lentamente amenizando a dor, as crises de choro e os ataques de pânico.


Um filme de tudo o que aconteceu, as visões e lembranças dos últimos momentos, tudo é desesperador.


São tantas perguntas para as quais nunca teremos respostas e, mesmo que tivéssemos, não traria Totoro de volta.


Se eu não tivesse ido viajar, ele teria tido este problema? Houve negligência por parte da responsável pelos cuidados dele? Houve falha médica por algum dos vários profissionais que o atendeu? É um problema que se desenvolveu ao longo dos anos?


Na segunda-feira, depois de dormir algumas poucas horas, acordei sem acreditar, pensando que me ligariam dizendo que foi engano e que era pra eu buscá-lo. Após cochiladas, acordava assustada e achava que ele estava em casa.


Dizem que o único defeito dos cães e gatos é que a vida deles dura tão pouco. E dói pensar que ele só viveu metade da expectativa de vida dele.


Na quarta-feira, após caminhar com meu marido, fomos até uma área interna do condomínio nos alongar. Apareceu um gatinho cinza, rajado. Ele roçou nas pernas do meu marido e se jogou no chão de barriga pra cima, como fazia Totoro. Depois veio até mim e subiu no meu colo. Entre a surpresa e a dor, eu queria abraçá-lo, como fazia com Totoro, mas só consegui fazer carinho em seu pescoço e chorar. 


Não ia contar isso para minha filha, que está sofrendo muito, mas comentei sobre o gatinho com minha cunhada e ela disse que, quando a cachorra dela descansou, minha cunhada prometeu a ela que não iria sofrer, pois ela não gostava de vê-la triste.


Vi minha filha chorando assim que acordou e contei tudo isso pra ela, sobre o gato e o que minha cunhada falou. Falei pra ela que eu não quero ser consolada, não quero ouvir ninguém dizer pra eu ser forte, eu quero chorar pra amenizar a dor. Mas a gente precisa seguir em frente.


Me consola imaginar que existe um lugar em que ele está bem. Como ilustrou a amiga da minha filha: deitado numa grama verde, ao sol e em paz. Em meu coração é assim que ele vive.

Comentários

  1. Não tem absolutamente nada que possa ser dito ao perder um dos nossos bichinhos (um pedaço da família, um pedaço da gente). Só funciona mesmo o que você falou: um dia após o outro. Eu amo vocês.

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    1. Obrigada, Bre. Pequenos gestos, como as fotos de tartarugas que você me envidou ao longo daquela semana, contribuíram para me levantar e seguir em frente. Amo vocês também <3

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