Vou do começar do início. Não necessariamente em ordem cronológica.
Tofu, nosso* gato laranja, chegou em casa no outubro de 2023 e, naquele ano, experimentamos o caos que foi a interação dele com a decoração de Natal, especialmente com a árvore. Voltando oito anos no tempo, em 2015, era nosso primeiro Natal na "casa nova", nosso primeiro apartamento comprado, então compramos uma nova árvore. Já naquele ano, era também nosso primeiro dezembro com nossa família pet: Mônica e Totoro, saudoso Totoro. Dois nenéns com cerca de 4 meses. A árvore tinha cerca de 1 metro e, no segundo ano com ela, quando, ao invés de colocá-la no chão, instalei-a sobre uma pequena estante na sala, foi preciso amarrá-la pois Totoro subia na estante e ficava xeretando os enfeites.
*Tofu é nosso gato sim. Quando Luana quis adotar outro gato, depois da partida do Totoro, eu fui categórica em dizer que o gato seria dela, que eu cuidaria enquanto ele estivesse na nossa casa mas que o gato era dela, porque eu não teria emocional para lidar com a perda tantas outras vezes. Passadas algumas semanas, Victor adotou Tofu e pudemos ver uma mudança em seu comportamento. Ele estava mais alegre, brincalhão, e os dois ficavam sempre juntos. Foi quando eu disse a Luana: nunca na vida que você vai separar os dois. Se você se mudar, podemos fazer guarda compartilhada dos dois juntos mas jamais separá-los.
Tofu, no Natal de 2023, superou todas as expectativas de um gato filhote. Também, soube só então, de um gato laranja. A amarração garantia que a árvore não caísse, apenas isso. Ele tinha ataques de euforia e subia na árvore, no sentido vertical, de forma impressionante, indo da estante até um biombo que fica ao lado, inúmeras vezes ao dia. Também roubava todos os enfeites da árvore. Era bonitinho de se ver, não vou mentir. Ele, fofinho, abraçadinho com uma luvinha de feltro ou correndo com uma bolinha de plástico.
Comentei a situação com meu sobrinho e ele, em tom de brincadeira, me disse para fazer um quadro de árvore de Natal mas eu levei a sério então esta é nossa árvore de Natal de 2024:
Se você clicar na imagem, vai ser direcionado para o post no Instagram, onde mostro detalhes do painel em mixed media, que envolveu texturas, pintura e colagens. A conta no Instagram é o
@atelierlukaluluka, onde compartilho só os trabalhos artísticos. Se você está chegando agora, o perfil oficial do Luka Luluka no Instagram é o
@lukaluluka, onde compartilho todos os meus delírios criativos: arte, artesanato, livros, experiências gastronômicas e coleções.
A intenção original deste painel era colocá-lo encaixado numa moldura de disco de vinil que fica sobre a estante onde ficava a árvore, ou seja, o painel ficaria na mesma posição da árvore original. Eu não contava com uma madeira no verso do painel, cortando-o no sentido horizontal, que impedia o encaixe.
Planejei colocar uma madeira sobre a estante, de forma que ela fosse até a parede, e onde eu poderia apoiar o painel porém meus planos foram novamente frustrados por um elefante branco que tenho atualmente no corredor: um colchão de molas alto e tamanho queen size.
Em novembro do ano passado trocamos nosso colchão de casal e decidimos manter o colchão anterior, que não estava bom para uso diário mas dava para o gasto. Pensamos assim: se vier visita em breve, podemos instalar o colchão na sala. Eventualmente, em feriados prolongados, eu limpo a casa e transformo a sala num cafofo: arrasto alguns móveis e coloco o colchão na frente do sofá e a sala vira uma cama gigante, onde assistimos TV e tiramos cochilos. Fora desse período, o colchão fica atrás do sofá, o que me irrita profundamente. A sala perde espaço e ele é pesadíssimo, então não dá para ficar arrastando o tempo todo. Já a alguns meses tento doá-lo sem sucesso. Neste mês, depois de dois feriados de verdade, decidi que não vou mais colocar o colchão atrás do sofá, ele tem que sair. Como plano B, disse que o colocaria embaixo do colchão novo, se não conseguíssemos doá-lo, mas não quero mesmo fazer essa loucura. Com mais afinco me dediquei a contatar instituições de caridade que aceitam doações de móveis e puden então sentir a grande dificuldade que é se desfazer de um colchão. Uma ONG não aceitava porque já tinha estoque, outra porque não podia retirar acima de 3 andares, outra ficou de vir buscar e não veio. Uma amiga deu a dica de acionar algum seguro, eles geralmente têm serviço de coleta ecológica mas até o momento não consegui resolver isso. Ainda pela manhã, vou ligar de novo numa ONG que tem próximo de casa e, se preciso, vamos levar o colchão nós mesmos. Na pior das hipóteses, vamos levar num local de descarte que não fica muito longe, o que eu acho lamentável pois o colchão poderia ser útil para alguém.
A história do agora indesejável colchão se liga a da árvore pois o colchão está metade no corredor, metade na sala. Isso porque Tofu achou divertido usar o colchão para alcançar os enfeites das prateleiras que tenho no corredor e tirá-los durante a noite. Então o colchão foi puxado um pouco para a sala, escondendo a estante onde ficaria o painel e este, por sua vez, foi colocado, temporariamente, eu espero, apoiado na mesa de jantar, que foi encostada na parede.
Glamourizar minha vida nas redes nunca foi meu objetivo e tenho obtido muito sucesso com isso, há 15 anos. Minhas postagens são realistas, com defeitos, a vida como ela é. Mas também não vi sentido em postar a imagem de um colchão no corredor do apartamento. Estou dizendo isso só pra lembrar que a vida das pessoas nunca é o que elas mostram nas redes sociais, pra dizer que a gente precisa ter pé no chão e lembrar que nossa vida é muito mais do que experimentamos ou mostramos através da internet.
Como os posts são semanais, planejei contar todo o rolê da árvore e do colchão e também compartilhar algumas receitas que fiz no final de semana mas acho que vai ficar muito extenso, então vou dividir o post em duas partes e pretendo concluí-lo amanhã.
Você volta?
Sandra
Atelier Luka Luluka
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