O mimeógrafo e as coisas que ficavam para depois
No início do ano passado eu ganhei um mimeógrafo. Se você é mais jovem que eu provavelmente não sabe o que é isso. Vou tentar explicar sem consultar o Google, a título de desenvolvimento da escrita e da memória.
Mimeógrafo é um aparelho mecânico, usado no século passado para fazer cópias. Era muito utilizado em escolas. O original era escrito num papel especial, com tinta e então este papel era colocado dentro do mimeógrafo e uma parte dele era preenchida com álcool. Ele tinha um mecanismo de cilindros e uma manivela. Era alimentado com folhas de sulfite e, ao passar pelo original em contato com o álcool, gerava cópias. Quem foi estudante até os anos 80 vai se lembrar do cheiro bem característico das provas recém passadas pelo mimeógrafo, até com a umidade do álcool.
Fiz a descrição pela memória de décadas atrás, mas nunca manuseei um mimeógrafo até agora, apesar de ter um.
Mas por que eu tenho um mimeógrafo e, se tenho, por que nunca o utilizei?
Imagino que vocês estejam cansados de minhas reclamações e desânimo dos últimos anos, então eu juro que este vai ser o último post falando disso porque, se eu mesma não aguento mais esta vibe, imagine vocês!
Minha cunhada é professora aposentada e estava fazendo um limpa em suas coisas e, ao ver o mimeógrafo, obviamente pensou em mim, que sou entusiasta de coisas analógicas, eu que tenho toca discos de vinil, duas máquinas de escrever e que uso essas coisas. Deixei para contar para meu marido quando estávamos próximos de viajar ou depois que chegamos, não me lembro. Claro que seria um trambolho que ocuparia espaço mas a lavanderia de casa é também onde guardo todos os meus suprimentos então achei um lugar pra ele em cima da máquina de lavar, devidamente coberto para não pegar poeira.
Assim que chegamos eu logo tratei de comprar o tal papel especial para mimeógrafo. E foi só o que fiz no ano passado. Sabe quando você espera pra fazer uma coisa que depende de terminar outra que depende de outra e você acaba não tendo ânimo de fazer nada? Espero que você não conheça esta sensação de procrastinação mas foi assim que eu vivi o ano de 2024 em termos de criatividade.
Fiz coisas novas, das quais me orgulho, e que compartilhei no perfil exclusivo do atelier, @atelierlukaluluka e também no perfil geral do Luka Luluka. Mas, olhando em retrospecto, vejo que tudo o que fiz foram coisas começadas do zero, não finalizei nenhuma pendência.
Foi o que deu pra fazer e está tudo bem, diante do momento em que eu vivia. Neste finalzinho de ano peguei uns dias de folga e já coloquei umas cortinas de armários que estavam paradas há meses, limpei e organizei o atelier, que estava entregue ao abandono, e estou dando andamento a alguns projetos que estavam pausados: customização de dois sapatos e de uma velha capa de câmera Instax.
Quero fazer um vídeo para retomar o canal no Youtube mostrando um art journal concluído e vamos combinar que a partir de agora não vou mais ficar me explicando e vamos tocar pra frente!
No dia 1o terminei de ler um comfort book chamado A Adorável Loja de Chocolates de Paris, da Jenny Colgan e estou lendo agora Cidade das Garotas, da Elizabeth Gilbert, autora de Comer, Rezar, Amar. Os livros dela têm o poder de me prender, me fazer desejar morar dentro de seus livros. Foi assim com A Assinatura de Todas as Coisas e A Grande Magia, um livro não ficção, sobre criatividade.
Na sexta-feira uma amiga me disse que a Apple TV+ estaria aberta por 3 dias e estou engajada em assistir Matéria Escura (Dark Matter), mini série de ficção científica baseada no livro homônimo do Blake Crouch. O livro e a série falam de multiversos e estou assistindo com pausas para assimilar as ideias. Seria bem mais difícil se eu não tivesse lido o livro. É como assistir Dark. Aliás, cheguei no Blake Crouch por causa de Dark.
Ri agora a pouco, quando fui reunir os três livros para uma foto e vi esta cena abaixo. Mais eclético que meu gosto literário é o caos de figuras em minhas estantes. Mestre dos Magos ao lado de São Francisco de Assis.
Em minha defesa, o primeiro foi retirado de onde estava com Einstein porque é uma peça quebrável e Tofu, o gato laranja, estava interessado demais nele.
Nestes dias de ócio, na última quinta-feira, pra ser mais precisa, a Netflix me mostrou uma nova série baseada em livro do Harlan Coben, Que Falta Você me Faz (Missing You). Eu nunca li um livro dele mas assisti todas as adaptações de seus livros. A Netflix tem 9 títulos. E é engraçado porque eu nunca estou procurando, a série que sempre me encontra. Assisti e achei ok, não a melhor de todas.
É isso, pessoal, quando este post for publicado será a primeira segunda-feira do ano. Eu gosto de recomeços. Ano novo, nova semana. Que seja leve e cheia de alegria e de realizações para todos nós. Ah, amanhã é dia 6/1, dia de reis, a data tradicional para guardar a decoração de Natal. Finalmente! Eu adoro Natal e decorar toda a casa mas, depois que passa, não vejo a hora de guardar tudo.
Me perdoem o excesso de referências e também a falta de foto do mimeógrafo. Vi que neste post eu fiz vários planos e promessas e faltou dizer que vou brincar com o mimeógrafo em breve.
Um abraço!
Sandra
Atelier Luka Luluka
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