Ninguém quer suas coisas

 Na última semana não teve postagem no blog, eu estava borocochozinha. Cansada da viagem, me resguardei para voltar a rotina de trabalho e meu lado criativo ficou adormecido.

Durante aquela semana, acordei de madrugada várias vezes. Numa delas, entrei no Youtube pela TV, com a intenção de colocar algum vídeo satisfatório em mixed media para relaxar mas acabei entrando num vídeo de uma moça que dava dicas para valorizar a venda da sua casa e ela falava sobre desentralhar e disse uma frase que me marcou muito: ninguém quer suas coisas!

Não sei o quão apegados a objetos vocês são mas eu tenho algumas questões quanto a isso. Já tinha iniciado este movimento de desentralhar em janeiro, jogando e separando para doação um monte de coisas da lavanderia/atelier. Mas tem coisas que a gente sabe que não precisa mais mas quer achar um destino digno para elas, "Isso é ouro para alguém, tenho certeza de que alguém vai comprar, vou doar para tal lugar, eles vão aproveitar". E a verdade é que esta crença de que o que guardamos conosco por anos, sem qualquer utilidade ou atenção, vai certamente ser cuidada e amada por outra pessoa, é só um mecanismo que criamos para manter o vínculo com o objeto e a busca por pessoas que queiram recebê-lo muitas vezes é falha e é sempre exaustivo. É preciso medir em que vale a pena usar nossa energia. 

Com isso em mente, a última semana foi mais produtiva. Foquei no trabalho, nos cuidados com a saúde (pilates e RPG) e com a casa e o final de semana foi incrível. Comecei, dentro das minhas possibilidades, a desentralhar, arrumei minha escrivaninha/mesa de cabeceira, guardei bonecas, fizemos algumas manutenções no apartamento, concluí vários projetos criativos e dei continuidade a outros.

Uma das decisões que tomei foi desistir do livro Uma Pergunta por Dia. Não bastasse eu enrolar com um, comprei, anos depois, um segundo. Se você não conhece, é um livro interativo publicado pela Editora Intrínseca, com estética maravilhosa, pequeno, capa dura e com o corte pintado: o primeiro de dourado e o segundo de prateado. O primeiro foi comprado em agosto de 2016, confirmei na Amazon. Mas sabia que tinha comprado o livro naquele ano pois me lembro de tê-lo respondido no dia em que meu pai faleceu. Ele tem 365 páginas, uma para cada dia do ano, com espaço para 5 anos de resposta. Pelos meus cálculos, se eu tudo correr bem e responder às perguntas todos os dias daqui pra frente, em fevereiro de 2029 eu vou ter terminado. Não dá pra mim, demorei pra aceitar. Uma pessoa inconstante como eu.

Já na época em que o comprei eu tinha pensado: puxa, eu livro legal pra virar um objeto! Não vou entrar em detalhes mas é isso que eles vão virar: altered books. Aguardem, eu estou empolgada.

Comecei em janeiro a publicar toda segunda um resumo em vídeo dos acontecimento das semanas, usando a hashtag #curtinhadasemana. Na verdade retomei um hábito de cerca de 10 anos atrás que, por causa das limitação tecnológicas da época, eu precisei descontinuar. Meu desafio agora é fazer shorts no Youtube. Sem áudio fica tão sem gracinha. Estou reaprendendo a usar a plataforma.

É isso, pessoal, vamos aproveitar a semana, nos vemos em breve. Se puder, dá um pulinho nas minhas redes sociais, no Instagram pelo menos, para apreciar os posts planejados para esta semana.

Sandra
Atelier Luka Luluka

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